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terça-feira, 8 de abril de 2014

2 - Entre o céu e o inferno: Que Brasil é esse?

  
      Desculpem a demora, o atraso, a postergação, mas eu precisava tomar uma decisão quanto a amplitude que minha experiência teria e tal escolha foi feita. Hoje exponho-me sem limitações formais para a internet como um todo, através de redes sociais e de indicações de pessoas próximas. Aquilo que antes poderia ser uma experiência muito protegida e contida à aleatoriedade do anonimato está agora aberta para os desafios do mundo.
  
  O tema da reflexão de hoje é "como está o Brasil?". Como você avaliaria o Brasil economicamente e politicamente no momento (início de 2014)?


   





 Para fazer tal observação precisamos de informações e qual minha surpresa não é grande quando me deparo com o caos de informações que temos sobre a situação atual de nosso país.

  Vamos à nossa rotina! Recortarei três pontos de vistas diferentes sobre o tema  "como está o Brasil?".



FMI também revisou para baixo sua perspectiva para o PIB em 2015 para 2,7%

Foto do site da Veja. 

    Como fonte da grande mídia apresento um artigo anônimo da Veja intitulado: FMI reduz perspectiva de crescimento do Brasil a 1,8% em 2014. O artigo defende que o Brasil cresceu pouco no ano de 2013 (2,3%) e que para este ano várias fontes projetam um cenário ainda pior. Cita-se o FMI que projeta um crescimento de 1,8% para o Brasil em 2014 e o rebaixamento da nota de risco do Brasil pela Standart and Poor´s. Ainda se apresenta que a Europa está em recuperação e que os países em desenvolvimento estão em queda. A solução estaria em um crescimento constante de consumo do mundo inteiro.

   
Foto do Implicante. 

  O Blog de direita O implicante traz a seguinte análise: Dívida pública brasileira: graças ao PT, uma bomba prestes a explodir. No artigo, Marlus Àpyus, defende que o governo do PT está endividando o Brasil e maquiando alguns dados para manter uma ilusão de abundância, conquistas e vitórias sociais. Diz, por exemplo, que existe uma maquiagem no valor que o PT usa para identificar a miséria extrema, assim o partido consegue resultados melhores no seu esforço para liquidar com a pobreza. Marlus sita um artigo da BBC  e diz que o valor que o PT usa não acompanhou a inflação. O tom de crítica no texto de Marlus é agudo, quase debochado. O autor também cita uma artigo de Lígia Ferreira, bradando que a dívida externa do Brasil foi paga com o custo de ampliar a dívida interna, defendida como mais nociva para nossa economia. Usando um gráfico de José Boas, Marlus apoia a análise de que o Brasil está em uma "minicrise" e que se ela continuar assim como está, em 13 anos o Brasil terá uma dívida maior que o PIB. Finalmente defende que o PT gasta muito em investimentos e defende um estado mais enxuto, como o proposto pelo PSDB.

dilmonica
Foto do Tijolaço.

O site de esquerda Tijolaço apresenta uma versão mais otimista do Brasil. Fernando Brito se baseia em um artigo escrito por Lula, para expor alguns dados econômicos que considera favoráveis. Lula salienta que o Brasil não cresceu pouco em 2013. Dentre os países democráticos de grande economia o Brasil seria o que mais cresceu no mundo inteiro.  Hoje, dia oito de abril, Lula reenfatizou tal reflexão em uma discussão com blogueiros em seu instituto. Afirmou o ex-presidente que o Brasil ficou atrás no crescimento em 2013 somente da China, a qual possuiria vantagens econômicas a curto prazo por não ter de lidar com as discussões e pleitos democráticos. O brado do Tijolaço é que o Brasil ficou várias vezes melhor desde o inicio do governo do PT e que a possível crise que o Brasil passa hoje seria uma crise global, não regional. Em comparação com o governo do PSDB o Brasil do PT teria crescido quatro vezes economicamente, gerado quatro vezes mais empregos, teria dez vezes mais reservas, a dívida pública estaria pela metade e que o salário mínimo cresceu 80% a mais.

   A principal diferença entre as três fontes de informações apresentadas é a localização temporal de suas análises. O artigo da Veja e do Implicante falam do presente e fazem projeções para o futuro. O ponto de vista do Tijolaço compara o Brasil de hoje com o passado e com o presente de outros países.
     Em resumo o pessimismo do blog da direita e da Veja parece estar centrado em uma crise no presente e uma catástrofe futura. Enquanto o otimismo do blog de esquerda centra-se no presente e no passado.
  
  Normalmente eu encerraria aqui a minha reflexão e deixaria para o leitor o fomento de seu próprio pensamento.

  No entanto, este foi um tema muito difícil para eu escrever. Lembro que o intento deste projeto é ser político, comedido, amoroso. Porém, existem algumas informações que me parecem fora da medida, as quais gostaria de dar um contexto mais apropriado para minha racionalidade. 

  A revista Veja está dando crédito a "Standart and Poor´s", a qual é uma agência de classificação econômica notória pelo seu "erro" em 2008, qual seja, avaliar com nota máxima o Lheman Brother dias antes de tal banco quebrar e levar meio mundo a uma crise. Paul Krugman, nobel de economia de 2008, trava guerra constante contra tal organismo de avaliação. 

  No artigo do Implicante temos duas informações desmerecidas que acredito mudarem um pouco o mérito de suas reflexões. Primeiro, a inflação não medida no valor da renda mínima para se vencer a miséria inflaria de 70 para 76 reais o padrão do governo do PT- o qual é baseado na OMS. Não me parece ser um aumento condizente com o escárnio que Marlus destila ao longo do texto - um tema muito importante, porém diferente, seria defender que o Brasil não deveria usar o padrão da OMS para medir a renda de superação da miséria e sim criar uma medição com padrões próprios.  A tese da "maquiagem" do PT nos dados de avaliação da mise´ria perdem, ao meu ver, um pouco de credibilidade.

  Outro dado importante é que a dívida interna criticada por Marlus, usando o artigo de Lígia, trata de 2008, quando a dívida era de 65% do PIB, ou seja, 5% pior que em 2001 no governo do PSDB. Não parece existir uma piora significativa na dívida para acompanhar a perplexidade contida no texto. Também não é citada a dívida interna atual do Brasil, a qual beira 30% do PIB.

Agora os deixo com vocês mesmos. Até breve. 

4 comentários:

  1. O que além de um texto esquerdista, é esse texto? Explicar dados dos direitistas, com bases em erros pontuais das pesquisas que nada têm a ver com o fato o qual cita, e não fundar nenhum dado do blog do tijolaço: "Em comparação com o governo do PSDB o Brasil do PT TERIA crescido quatro vezes economicamente, gerado quatro vezes mais empregos, TERIA dez vezes mais reservas, a dívida pública estaria pela metade e que o salário mínimo cresceu 80% a mais." É pra rir? O que além do que regorjitou da boca de algum PTista com pretéritos imperfeitos isso significa?

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    1. Olá anônimo. Obrigado pelo seu comentário. Gostaria de convidá-lo a se apresentar com um nome. Eu não irei ficar ofendido com sua crítica ela me instiga e me ajuda a refletir. Pode vir com um nome e com suas críticas que eu tentarei acolhe-lo com doçura.

      Você está certo, este texto ficou um pouco desequilibrado, mas eu alertei que tinha sido um texto difícil de escrever por esse exato motivo: eu fiquei de um lado nessa reflexão. Porém, o artigo do Implicante estava cheio de meias interpretações que só podem ser oriundas de um erro ou de uma manipulação direta. Eu precisava alertar o leitor para esse fato. Sobre o Tijolaço e seus dados eu não tinha nada a falar, pois eles aprecem ser verdadeiros - o quanto uma verdade pode ser verdade. São dados oficiais. O que eu poderia presumir é que o PT manipula estes dados e que o Brasil não cresceu quanto o IBGE diz que cresceu, porém não tenho nenhum indício dessa possível manipulação. O máximo que pude apresentar é o "teria" que coloca em suspenso as afirmações do site de esquerda. Se você tem um dado que contesta as informações do Tijolaço por favor divida comigo. Até a próxima. Caetano

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  2. minha unica divergencia é exatamente o contrario desde comentario anonimo. pra mim o PT nao é esquerda. a esquerda, na minha opiniao, nao tem como estar atrelada ao capitalismo, ou preocupada somente com minimizar seus impactos sobre os oprimidos. até entendo que no momento atual, graças aos esforços da direita, talvez seja impossivel implantar uma esquerda efetiva no país. mas esquerda é isto. então se não combate o capitalismo, se nao visa a revolucao, é centro.

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  3. Bem, continuo o mesmo anônimo de cima. Agradeço as respostas... Mas é perceptível que o blog está abandonado. Vai mal defender este governo... O que é uma pena, pois queria de verdade acreditar no que escreveu, acima de tudo. Desculpe se pareceu ofensivo o que comentei.

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